A torre-lanterna (ou lanternim) existente sobre o Salão Nobre do Colégio Militar foi ali colocada quando da primeira ampliação do prédio, em 1915. Simboliza a lanterna do conhecimento, com a qual o mestre conduz os discípulos através das trevas da ignorância.
A metáfora da luz remonta aos tempos primeiros da humanidade e às crenças da maioria dos povos. Desde a antiguidade, luz e trevas são alegorias da sabedoria e da ignorância, da sanidade e da loucura, do amor e do ódio, bem como de grande parte das dualidades filosóficas que permeiam o mundo.
A concepção da torre-lanterna do CMPA foi obra do arquiteto teuto-brasileiro Hermann Otto Menchen, responsável pelas obras de ampliação. Menchen se formou na Universidade de Munique e emigrou para o Brasil. Casou-se com Elisa Friedrichs, irmã de João Vicente Friedrichs, importante escultor, ornatista, canteiro e marmorista brasileiro, ativo especialmente na primeira metade do século XX em Porto Alegre, o qual foi o provável escultor das estátuas de Marte e Minerva que ornam o prédio do Velho Casarão da Várzea.
Até 1907, Menchen trabalhou no escritório de Rudolph Ahrons (ex-aluno da Escola Militar e o mais importante engenheiro gaúcho entre o final do Séc. XIX e o início do Séc. XX), onde projetou o Palacete Chaves e o prédio da Faculdade de Direito da UFRGS. Depois, montou seu próprio escritório, projetando o prédio da Alfândega, a ampliação do corpo da frente do Colégio Militar e diversas residências particulares, como as de Waldemar Bromberg, de Ramiro Barcelos e outras.
Colaboração do Cel Leonardo RC Araujo, historiador do CMPA.