Uma das famílias mais influentes do empresariado gaúcho, a Ling, dona da bilionária holding que atua nos setores de embalagens plásticas e metálicas, de não-tecidos, e florestamento Évora, de Porto Alegre, está na dianteira de um movimento que será crucial para os próximos passos do Rio Grande do Sul, principalmente depois que a água baixar: o de pensar no próximo passo.
“As pessoas estão ajudando agora, estão sendo voluntárias e fazendo doações. A questão toda é o próximo dia”, diz William Ling, presidente do Instituto Ling, braço social da companhia, em entrevista exclusiva à EXAME. “Em algum dia, a água vai baixar e as comunidades vão enxergar de uma maneira mais clara os prejuízos e a necessidade de reconstrução”.
O instituto quer ajudar nessa reconstrução, principalmente naquela que for mobilizada pela sociedade civil. Para isso, criou um programa chamado Reconstrói RS, que irá destinar recursos para comunidades que trabalham em reparos emergenciais de suas cidades e regiões.
Os primeiros 50 milhões de reais foram doados pela família Ling, mantenedora do Instituto Ling no Brasil e da Ling Foundation, com atuação nos Estados Unidos. O programa já conta com também com a adesão das Lojas Renner, de Salim Mattar (fundador da Localiza) e de Jayme Garfinkel (controlador da Porto Seguro).
“Sabemos que existem certos trabalhos de reconstrução que vão exigir recursos na ordem de bilhões, como de grandes viadutos ou rodovias inteiras. Nesses, a iniciativa privada tem pouco espaço de atuação”, afirma. “Mas haverão obras emergenciais, reconstruções de pequenas pontes ou trechos de estradas que podem contar com nossa ajuda”.
Ling toma como exemplo um caso que aconteceu no Rio Grande do Sul no ano passado. As enchentes de setembro levaram uma ponte histórica do município de Nova Roma do Sul, na serra gaúcha. Na ocasião, os próprios moradores fizeram uma vaquinha que arrecadou dinheiro para construírem uma nova ponte no local, sem dinheiro do governo. A estrutura resistiu às chuvas de agora.
“A comunidade fez acontecer, e isso virou uma referência”, afirma. “Gostaríamos de replicar esse modelo, que essa comunidade fez com tanto sucesso no ano passado, em todas localidades que foram afetadas agora”.
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*William Ling se formou no CMPA em 1974 e é um grande colaborador do Colégio Militar e da AACV, responsabilizando-se pela quota mensal escolar de 12 alunos, desde que estes mantenhm boas notas e evidenciem características de liderança. É responsável também pelo patrocínio do Programa Futuros Engenheiros, destinado, anualmente, a cerca de 15 alunos do Ensino Médio que tenham vocação para as Engenharias.
William Ling no aniversário de 112 anos do CMPA